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Zazen Yöjinki – A que Estar Atento em Zazen

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Zazen Yöjinki – A que Estar Atento em Zazen

Sobre o que vamos falar nesse artigo:

SOBRE O QUE VAMOS FALAR NESSE ARTIGO

Mestre Keizan Jôkin (Japão, 1264-1325)



Zazen significa clarificar a mente e descansar tranquilamente na sua natureza presente. Isso é chamado “revelar a si mesmo” e “manifestar a base verdadeira”.

Corpo e mente abandonados, sem apego a formas como sentar ou deitar. Sem pensar no bem, sem pensar no mal, transcendendo o comum e o sagrado. Além de todos os conceitos sobre ilusão e iluminação, passando através das barreiras entre seres comuns e Budas.

Sem fazer nada, deixe de lado todas as preocupações, desapegando-se de tudo. Não fabrique coisa alguma a partir dos seis sentidos.
Quem é este? Seu nome nunca foi conhecido. Não pode ser considerado corpo, não pode ser considerado mente. Tentando pensar sobre isso, o pensamento se esvai. Tentando falar sobre isso, as palavras somem.

Como um bobo, como um tolo. Tão alto como uma montanha, tão profundo como o oceano. Não mostra seu pico mais elevado nem suas invisíveis profundezas. Brilha sem pensar.

A fonte é clara em explicação silenciosa.

Ocupando o céu e a terra, seu corpo se manifesta completo e só – uma pessoa de incomensurável grandeza, como se estivesse completamente extinta, cujos olhos não se embaçam por nada, cujos pés não são suportados por nada.

Onde há alguma poeira? Qual é a barreira? Agua pura nunca teve frente nem costas, espaço nunca terá dentro nem fora. Clara como cristal e naturalmente brilhante antes de a forma e o vazio se separarem – objetos e a mente em si não têm espaço para existirem.
Sempre esteve conosco, mas nunca teve um nome. O terceiro
Ancestral Fundador, um grande mestre, temporariamente o chamou
“mente”. O Venerável Nagyaharajuna provisoriamente o chamou
“corpo”. Essência e forma iluminadas, manifestas no corpo de todos os Budas, é simbolizada pela lua cheia: nada falta, nada excede.
Esta mente é, em si mesma, Iluminação. Sua luz brilha através do passado e se irradia até o presente. Nagyaharajuna usou esse símbolo sutil para o samádi de todos os Budas. Mas a mente é sem sinais, sem dualidade, embora formas possam diferir em aparência.
Apenas mente, apenas corpo. Não é questão de igualdade ou diferença. A mente se transforma em corpo e, quando o corpo surge, parecem separados. Quando uma onda se move, dez mil ondas a seguem. No momento em que a discriminação mental surge, milhões de coisas vêm à tona.

Isso quer dizer que os quatro elementos básicos e os cinco agregados (skandas) eventualmente se combinam e os quatro membros e Os cinco sentidos aparecem. E assim por diante, em relação às 36 partes do corpo e às 12 relações causais da interdependência. Quando a fabricação mental surge, desenvolve continuidade, mas ainda existe apenas em razão do agrupamento de miríades de fenômenos.

A mente é como a água do oceano, e o corpo, como as ondas. Não na ondas sem água e não há água sem ondas. Agua e ondas não sac separadas, movimento, quetude não são diferentes. Diz-se: não sai verdadeiro indo e vindo, vivendo e morrendo, é o corpo indestru ser dos quatro elementos e dos cinco agregados (skandas 7azen é penetrar diretamente o oceano da natureza-Budal e manifestar o corpo de Buda. A mente pura e clara é autenticada no nomento presente e a luz verdadeira brilha em toda parte. O oceano não aumenta nem diminui e as ondas nunca cessam.

Assim, os Budas aparecem no mundo apenas com o propósito de fazer com que as pessoas realizem a sabedoria e a visão da iluminação. Sempre tiveram uma arte impecável e sutil, chamada zazen – apenas sentar na prática pura e tranquila do “Samádi que se Autocompleta” (Jijiyû Zanmai, em japonês), penetrando o “Rei dos Samádi” (Oo Zanmai, em japonês). Se alguém, mesmo por uma só vez, penetrar esse samádi, despertará e perceberá que esse é o portão principal do Caminho dos Budas.
Aqueles que querem clarificar o solo da mente devem abandonar a mistura de conhecimentos confusos, interpretações, ideias de comum e sagrado, cortar todos os sentimentos delusivos e manifestar a mente verdadeira e real. As nuvens de ilusão se dispersam e a mente-lua brilha.

Buda disse: “Aprender e pensar são como estar fora da porta.
Zazen é voltar ao lar para se sentar em tranquilidade”. Como isso é verdadeiro! Aprendendo e pensando, os pontos de vista não param e a mente fica atolada. Por isso, é como estar do lado de fora. Em zazen, à mente se tranquiliza e ainda assim está presente em tudo. É como voltar ao lar e se sentar em paz.

As aflições dos cinco obstáculos (ganância e sensualidade, raiva e ódio, loucura e delusão, adormecimento, excitação e arrependimento) vêm da ignorância. Ignorância significa não compreender a si mesmo.

Zazen é compreender a si mesmo. Mesmo que tenha se libertado dos cinco obstáculos, se não eliminar a ignorância, você não é um Buda Ancestral. Se quiser eliminar a ignorância, para discernir o Caminho, zazen é a chave essencial.

Um antigo disse: “Quando a confusão cessa, a tranquilidade vem, a sabedoria surge. E, quando a sabedoria surge, a realidade pode ser vista”. Se você quer dar fim à ilusão, deve deixar de pensar no bem e no mal e abandonar toda atividade. A mente sem pensar e o corpo sem fazer nada são o ponto essencial. Apegos delusivos terminam e a ilusão desaparece. Quando a ilusão desaparece, a essência é revelada e você sempre a compreende. Não é quietude, não é atividade.

Evite todas as artes e artesanatos, prescrições médicas e augúrios, assim como canções, música e dança, disputas, conversas fúteis, fama e fortuna, honra e lucro. Poesia e canções podem ajudar a clarificar a mente, mas não seja pego por elas. Abandonar caligrafia e escrita é o precedente superior das pessoas do Caminho, a melhor maneira de harmonizar a mente.

Não se apegue nem a roupas finas, nem a trapos velhos. Roupas finas instigam a ganância e o medo de roubo. Assim se tornam um obstáculo. Recusá-las é considerado excelente desde os tempos antigos. Mesmo que você tenha roupas finas, não se preocupe com elas. Se alguém as roubar, não vá correndo atrás do ladrão.
Roupas velhas, limpas e remendadas devem ser usadas, mas, se você não se livrar da sujeira, poderá ficar doente ou com frio. Isso também pode se tornar um obstáculo. Embora não devamos ficar ansiosos por nossas vidas, se roupas, comida e sono não forem suficientes, são chamados de “três insuficiências” e são causas de regressão

Coisas vivas, coisas duras e coisas estragadas (comida impura) não devem ser ingeridas. Com a barriga se mexendo e fazendo barulhos, com desconforto e calor no corpo e na mente, haverá dificuldade em sentar.

Não se deve ser indulgente no apego a comidas finas, não apenas pelo possível desconforto que podem causar a corpo e mente, mas para evitar a ganância. Devemos comer apenas o suficiente para mantermos nossa vida. Não se preocupe tanto com o sabor. Se fizer zazen com a barriga cheia, poderá até ficar doente.

Após as refeições, tanto grandes quanto pequenas, não se sente (em zazen) imediatamente. Ao contrário, espere um pouco antes de fazer zazen. Geralmente monges mendicantes devem ser moderados ao comer. Isso significa limitar suas porções – comer dois terços e deixar um terço.

Todos os medicamentos tradicionais, como o gergelim e o inhame selvagem, podem ser ingeridos. Essa é a técnica fundamental para harmonizar corpo-mente.

Quando sentado em zazen, não se encoste nem se apoie em nenhuma parede, encosto, suporte para meditação ou telas. Também não se sente em locais de muito vento ou em locais altos de grande exposição ao sol e a ventanias. Estas podem ser causas de doenças.
Quando em zazen, seu corpo pode parecer às vezes quente ou frio, confortável ou desconfortável, as vezes duro, às vezes solto, as vezes pesado, às vezes leve, às vezes perfeitamente acordado. Tudo pelo fato de a respiração não estar regulada. Esta deve ser regulada.
Esta é a maneira de regular a respiração: abra a boca, percebendo como está a respiração – longa ou curta. Naturalmente ela se harmonizará. Siga a respiração por alguns momentos. Quando a sensação de estar consciente surgir, a respiração está regulada. Depois disso, deixe-a seguir normalmente pelas narinas.

A mente pode parecer afundar ou boiar. As vezes parece esperta, outras vezes estúpida. Às vezes você poderá ver através das paredes, fora da sala, outras vezes poderá ver através de seu corpo ou ver formas de Budas e Bodisatvas. Às vezes compreende escrituras ou tratados. Coisas como essas são doenças causadas pela desarmonia entre a consciência e a respiração.

Quando essas coisas acontecerem, sente-se com a atenção descansando em seu colo. Se a mente afundar em torpor, foque a atenção entre os olhos, onde começa o cabelo (cerca de oito centímetros acima do centro de suas sobrancelhas). Se sua mente estiver distraída, pulando de um pensamento a outro, foque a atenção na ponta do nariz ou na parte baixa do abdômen (quatro centímetros abaixo do umbigo – tanden, em japonês).

Em geral, ao sentar-se, coloque a mente na palma de sua mão esquerda. Se se sentar por muito tempo, mesmo sem forçar a mente a se acalmar, ela naturalmente não ficará espalhada por toda parte.
Agora, em relação aos ensinamentos antigos, embora sejam lições para iluminar a mente, não os leia, escreva nem ouça em excesso.
Fazê-lo em demasia pode perturbar e dispersar a mente, chegando inclusive a provocar doenças.

Não faça zazen onde há incêndios, enchentes, bandidos, nem proximo do mar, de bares, casas de prostituição ou locais onde viúvas, virgens ou jovens estejam cantando. Não fique perto de reis, oficiais importantes, pessoas poderosas ou cheias de luxúria e desejosas de nome e fama, contadores de histórias ou pessoas que gostem de discutir à toa.

Sobre os serviços budistas para as massas e projetos de grandes construções, embora sejam coisas boas, quem apenas se concentra em zazen não deve se envolver com elas.

Não se apegue a pregar ou a ensinar, pois as distrações e pensamentos dispersivos vêm daí. Não sinta prazer em multidões nem procure discípulos. Não estude nem pratique muitas coisas.
Não se sente em lugares extremamente claros ou escuros, muito frios ou quentes, entre biscateiros ou onde morem pessoas que procuram prazeres fáceis. Você pode permanecer em um mosteiro onde haja um verdadeiro mestre, nas profundezas das montanhas ou nos refúgios dos vales.

A margem de águas claras e montanhas verdes são os locais ideais para praticar kinhin. Perto dos riachos, sob as árvores são os locais para clarificar a mente. Observe a impermanência, nunca a esqueça – faça surgir a vontade de alcançar a iluminação.

Sente-se sobre algo grosso para ficar confortável. O local de prática deve estar limpo. Sempre queime incenso e ofereça flores. Os bons espíritos que guardam o verdadeiro ensinamento, assim como os Budas e Bodisatvas, o protegerão. Se colocar nesse local a imagem de um Buda, Bodisatva ou de um Venerável, nenhum espírito maligno ou demônio o apanhará.

Viva sempre em grande compaixão e dedique o poder infinito do
zazen a todos os seres.

Não se torne orgulhoso, presunçoso ou arrogante da sua compreensão do Darma – estas são qualidades de pessoas comuns, pessoas de fora do Caminho. Lembre-se do voto de terminar com o sofrimento, o voto de realizar a iluminação. Apenas sentar, sem fazer nada, é a técnica essencial de penetrar o Zen.

Sempre lave os olhos e os pés antes do zazen. Com o corpo e a mente à vontade e o comportamento harmonioso, abandone sentimentos mundanos e não se apegue a sensações sublimes sobre o Caminho.

Embora não se deva ser avaro com os ensinamentos, não fale a menos que lhe perguntem. Então espere por três pedidos e responda se houver um quarto pedido verdadeiro. De dez coisas que possa dizer, deixe nove sem falar. Mofo crescendo em volta da boca, como um leque no inverno, como um sino ao vento, sem questionar de que direção o vento vem – estas são características das pessoas do Caminho.

Apenas vá pelo princípio do ensinamento, sem selecionar as pessoas. Vá pelo Caminho e não se congratule – este é o ponto mais importante a relembrar.

Zazen não se baseia em ensinamento, prática e realização. Ao contrário, ensinamento, prática e realização estão todos contidos em zazen. Avaliar a realização baseando-se em alguma noção de iluminação não é a essência do zazen. Praticar baseando-se em aplicar esforço não é a essência do zazen. Ensinamento baseado em libertar-se do male cultivar o bem não é a essência do zazen. No Zen há ensinamentos, mas não o ensinamento comum. Zen é apontar diretamente, expressar o Caminho, falar com todo o corpo. Tais palavras não são sentenças nem frases. Onde os pontos de vista terminam e os conceitos são exauridos, a palavra única permeia as dez direções sem perturbar nem mesmo um fio de cabelo. Esse é o verdadeiro Ensinamento dos Budas Ancestras.

Embora falemos de “prática”, não é uma prática a ser feita. isso quer dizer: o corpo não a faz, a boca não recita, a mente não fica pensando e pensando, os seis sentidos são deixados à sua própria claridade e não são perturbados.
Não são os 16 estágios de prática dos ouvintes do Darma (sravakas).
Não é a prática da compreensão da corrente de 12 elos da origem dependente dos que praticam sozinhos, isolados (pratyekabudas).
também não são as seis perfeições, os seis paramitas, nem as inúmeras práticas dos Bodisatvas.

É sem esforço, sem luta, e por isso chamado de Acordar ou lluminar.
É apenas descansar no Samádi que Se Autocompleta (Jiny@ Zanmai,
em japonês), alegremente percorrendo as quatro práticas de paz e de bênçãos dos Bodisatvas.

Esta é a inconcebível e profunda prática dos Budas Ancestrais.
Embora falemos de “realização”, esta não se apega a si mesma como sendo “realização”. É a prática do Samádi Supremo (do Zanmai, em japonês), conhecido como não nascido, não obstruído.

Espontaneamente surge a Compreensão Superior. É o portal de claridade suprema que se abre na realização do Tatagata, nasce da prática do grande bem-estar. Vai além do sagrado e do profano, além da delusão e da sabedoria. Esta é a iluminação suprema (Anokutara Sammyaku Sambodai). Esta é a nossa própria natureza.
Zazen também não se preocupa com disciplina, concentração ou sabedoria, mas contém os três.

Disciplina e preceitos são para prevenir o erro e fazer cessar o mal.
Em zazen, vemos tudo de maneira não dualista, deixando de lado todos os desdobramentos. Sem preocupação se o caminho é budista ou mundano, esquecendo-nos dos sentimentos sobre o Caminho e dos sentimentos mundanos, sem afirmar nem negar, sem bom nem mau – o que poderia obstruir? Esta é a disciplina sem forma da mente.

Concentração significa contemplação sem divisões. Zazen é abandonar corpo e mente, transcendendo compreensão e confusão.
Imutável, imperturbável, sem agir, sem delusão, como um tolo, como um bobo. Como uma montanha, como um oceano. Sem traços nem de movimento, nem de imobilidade – concentrado sem nenhum sinal de concentração. Porque não possui objeto de concentração é chamado de grande concentração.

Sabedoria e geralmente compreendida como sendo o claro discernimento. Em zazen, todo conhecimento desaparece por si só. A mente e a consciência discriminatória são completamente esquecidas.

O olho de sabedoria que perpassa o corpo todo não tem diferenciação, mas vê claramente a essência do estado de Buda. Desde o princípio livre de confusão, corta todos os conceitos. Sua luminosidade abrangente e clara permeia tudo. Esta é a sabedoria sem nenhum sinal de sabedoria e, por isso mesmo, é chamada de Grande Sabedoria.

Os ensinamentos que os Budas expuseram durante toda a vida são apenas: disciplina (moralidade, preceitos – kai, em japonês), concentração (meditação, prática – jo, em japonês) e sabedoria (mente-Buda – e, em japonês). Neste zazen, não há preceito que não seja mantido, não há concentração que não seja cultivada, não há sabedoria que não seja realizada. Conquistar os demônios da confusão, obter o Caminho, girar a Roda do Darma e retornar ao
“sem marcas”, tudo depende desse poder. Poderes sobrenaturais e suas funções inconcebíveis, emanar luz e expor os ensinamentos – tudo está presente neste zazen. Penetrar o Zen é zazen.

Para praticar zazen, primeiro escolha um local quieto e coloque um forro grosso no chão. Não permita que vento, fumaça, chuva ou orvalho entrem. Mantenha um espaço adequado para sentar colocar os joelhos. No entanto, em tempos antigos havia quem usasse diamantes ou rochas como almofadas. O local não deve ser nem muito claro durante o dia, nem muito escuro à noite. Deve ser quente no inverno e fresco no verão. Esta é a técnica.

Abandone mente, intelecto e consciência. Pare de relembrar, pensar e observar. Não espere se tornar um Buda, não se preocupe com certo e errado. Dê valor ao tempo, como se estivesse salvando sua cabeça do fogo.

Buda sentou-se com a coluna reta. Bodidarma, virado para a parede, com a mente em foco, sem nenhuma preocupação. Sekito (Shishuang, em chinês) era como uma árvore morta. Tendô Nyojô advertia contra dormir durante o zazen e ensinava: “Você pode alcançar a realização apenas se sentando, sem necessidade de queimar incenso, fazer reverências, relembrar o nome dos Budas, fazer cerimônias de arrependimento, ler escrituras ou fazer rituais de recitação”.

Ao sentar-se, deve sempre usar uma okesa, exceto durante a primeira e a última parte da noite, quando a programação diária não é válida. Não seja descuidada(o).

O zafu (almofada) não deve sustentar a coxa inteira, mas apenas da metade até a base da espinha. É assim que os Budas e Ancestrais se sentaram. Você pode se sentar em meio-lótus ou em lótus completo.
A maneira de sentar-se em lótus completo é colocar o pé direito na coxa esquerda e o pé esquerdo na coxa direita. Afrouxe suas roupas, mas as deixe bem arrumadas. Em seguida, ponha sua mão direita sobre o pé esquerdo e a mão esquerda sobre a mão direita, com os polegares se tocando levemente, próximos do corpo, na altura do umbigo. Sente-se bem ereto, sem pender para a direita ou a esquerda, para a frente ou para trás. As orelhas, os ombros, o nariz e o umbigo devem estar alinhados. A língua é colocada no céu da boca. Respira-se pelas narinas. A boca deve estar fechada e os olhos, abertos, embora não completamente. Tendo equilibrado o corpo dessa forma, respire profundamente pela boca algumas vezes. Em seguida, ainda sentado, balance o tronco sete ou oito vezes, passando de movimentos largos para movimentos menores. Então, sente-se reto e alerta.

Agora pense não pensar. Como pensar assim? Indo além do pensamento. Essa é a essência do zazen. Atravesse diretamente os obstáculos e penetre a intimidade do Grande Despertar.

Ouando quiser se levantar, primeiramente ponha as mãos sobre os joelhos, mova seu corpo sete ou oito vezes, indo de movimentos pequenos a movimentos mais largos. Expire profundamente pela boca, coloque as mãos no chão e se levante lentamente.
Ande vagarosamente, circulando da direita para a esquerda.

Se torpor ou adormecimento o vencerem quando sentado, mova seu corpo ou abra mais os olhos. Você também pode colocar a atenção entre as sobrancelhas, na linha do cabelo. Se mesmo assim ficar adormecido, esfregue seus olhos e corpo. Se mesmo assim não acordar, levante-se e ande, sempre caminhando em círculos em sentido horário. Depois de haver andado uns 100 passos, seu adormecimento deverá ter desaparecido.
A maneira de andar é dar meio passo a cada respiração. Andar como se não estivesse andando, em silêncio e imóvel.

Se não acordar após andar, pode lavar os olhos ou refrescar a testa, ou recitar o prefácio dos preceitos do Bodisatva ou qualquer outra coisa. Apenas encontre uma maneira de não adormecer. Você deve observar que o assunto de vida-morte é de suprema importância, e a impermanência, rápida. O que está fazendo dormindo, quando seu olho do Caminho ainda não está completamente claro?

Se torpor e adormecimento vierem repetidamente, você deve rezar.
“Meus hábitos são profundos e por isso estou envolvido por adormecimento. Quando meu torpor se dispersará? Rogo aos Budas
Ancestrais que tenham compaixão e removam minha escuridão e miséria”

Se sua mente estiver dispersa, fixe a atenção na ponta de seu nariz ou no baixo abdômen (tanden). Conte as inspirações e expirações. Se a distração ainda assim não cessar, traga um dizer à mente e mantenha esse dizer em sua mente para acordá-la. Por exemplo: “O que é como é?”, “O cachorro tem natureza-Buda? Mu!”, “Quando nenhum pensamento surge, onde está a aflição? No Monte Sumeru”, “Qual o sentido de Bodidarma vir do oeste? O cipreste no jardim”. Köans como esses são apropriados.

Se ainda assim ficar com a mente dispersa, sente-se e focalize o ponto em que a respiração termina e os olhos se fecham para sempre. Ou ainda, onde o embrião ainda não foi concebido e nenhum pensamento é produzido. Quando o vazio duplo de sujeito e objetos subitamente aparecer, a mente dispersa certamente descansará.

Ao sair da imobilidade, faça suas atividades sem hesitar.
Esse momento é o koan. Quando prática e realização são sem complexidade, então o momento presente é o koan.
Aquilo que existe antes de qualquer sinal aparecer, do outro lado da destruição do tempo, a atividade de todos os Budas Ancestrais
é apenas isso.

Você deve apenas descansar, cessar, ficar tranquilo, passar miríades de anos em um só instante. Torne-se cinzas frias, uma árvore morta, um pote de incenso em um templo antigo, um pedaço de seda branco.

Esse é o meu desejo mais profundo.


‘O potencial para realizar a iluminação, inato em todas as coisas. Literalmente, natureza
iluminada

“Ensinamentos dos sravakas e pratyekabudas. Sravakas são pessoas que se esforçam
para se tornar aracàs (arhats), isto é, para alcançar a iluminação para si mesmos, sem se preocupar em salvar os outros. Pratyekabudas são pessoas que alcançam a iluminação
preocupam em salvar os outros.
por melo de estudos independentes, sem a orientação de um mestre. Eles também não se
Umdos epitetos de Buda uteralmente: “Aquele que Vem e que Vai do Assim Como E –
d residade absoluta que transcende a multiplicidade de formas do mundo dos fenômenos

O Monte Sumeru é considerado o topo do mundo.